O vinho, diferente das outras bebidas, não tem um início exato; um nascimento com criação e data precisa. Acredita-se que a bebida tenha surgido de forma espontânea por meio da fermentação natural de uvas.
O vinho é tão antigo, mas tão antigo, que tudo que sabemos é que ele está presente desde sempre na civilização. Que ele sempre foi um fiel acompanhante dos seres humanos.
Dados históricos dão conta de que as primeiras videiras possivelmente nasceram no Cáucaso* e datam de 6.000 a.C.! Foi partindo dessa região que a disseminação das videiras ocorreu. Estudos indicam que o caminho percorrido tenha sido o seguinte:
Cáucaso – 6.000 a.C.
Fenícia/Egito – 3.000 a.C.
Grécia – 2.000 a.C.
Itália, Sicília e Norte da África – 1.000 a.C.
Espanha, Portugal e sul da França – 500 a.C.
Romanos levam videiras para o norte da Europa e Inglaterra
*O Cáucaso é a região de fronteiras da Europa e da Ásia, entre o mar Negro e o mar Cáspio. Alguns de seus países são considerados transcontinentais, como a Turquia, cujos territórios dividem-se em uma porção geograficamente europeia e outra asiática.
Descobrir registros destas videiras só foi possível porque o ácido tartárico, substância existente na natureza e presente unicamente nas uvas; foi detectada após anos de estudos, escavações e testes com Carbono 14.
E COMO ERA O VINHO NA ANTIGUIDADE?
Os egípicios viviam uma vida com vinho. Tinham orgulho da bebedeira, realizavam banquetes e era comum que registrassem os momentos da embriaguez em pedras. Algo parecido com o que fazemos hoje nas selfies, só que em 1300 a.C.
Eu adoro esta imagem! Ela está na tumba de Neferhotep, no Egito, e representa uma mulher vomitando pleníssima, em um banquete, enquanto uma criada apoia sua cabeça e segura com a mão direita uma taça de vinho.
As mulheres egípicias não eram mal vistas por beberem além da conta. O vinho era algo presente e natural em suas realidades cotidianas.
Ainda no Egito antigo, há diversas imagens que representam a vindima e o processo de pisa das uvas. A atividade vitivinícola do Egito era masculina, mas a mulher participava ativamente dos papéis sociais e econômicos.
Pisa da uva sob parreira Túmulo de Nakht – 1.500 a.C. e Vindima Túmulo de Nakkit – Séc XII a.C.
Talvez por ser uma bebida tão antiga e misteriosa, o vinho seja tão fascinante! O termo “vinho” é encontrado mais de 520 vezes na Bíblia.
Outro fato interessante também é saber que antigamente, lá pelos cantos da Grécia antiga, o vinho não era bebido puro, mas diluído em água.
Sim! Se hoje é modinha colocar gelo no espumante, lá atrás os gregos já dominavam essa tendência.
Vaso grego antigo, utilizado para diluir vinho em água
Em Roma, durante um longo período, mulheres não podiam beber vinho. Segundo valores da época, o álcool tornaria a mulher impura.
Mas isso não significa que elas não bebiam! As espertinhas carregavam a bebida escondida nas roupas, mesmo sob o risco de serem abordadas e inspecionadas por soldados. O preço de serem pegas era alto, muitas vezes a própria vida. Valia o risco, provavelmente. Afinal, de que vale uma vida sem vinho?
E de lá para cá a história do vinho foi se consolidando, a bebida foi ganhando importância social, política e muita coisa mudou.
Preciso terminar esse post ou ele ficará imenso. Parte desse conteúdo eu tive durante as primeiras aulas na ABS e parte eu li em artigos e no livro A História da Bebedeira, que é muito simpático por sinal! Recomendo!
O que acham de post assim? Pretendo ir desmembrando o conteúdo do meu curso de Sommleier desta forma. Se puderem me ajudar com sugestões, vou achar ótimo!
Um abraço e ótimo sábado a todos!
Tim-tim!
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