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Comida japa e vinho? Arigatou, queremos sim!

A harmonização de comida japonesa com vinho é sempre polêmica: uma culinária rica em molhos com muito sal, agridoces, com temperos tipo wasabi, gengibre e que mistura frutas, alga e peixe cru!

Caramba, onde o vinho se encaixa aí?!

A questão é que nós, amantes de vinho, sempre vamos arrumar uma possibilidade para nossa bebida favorita. E, por mais que alguns insistam em dizer que nem tudo fica bom com vinho, para nós, tudo com vinho fica AINDA MELHOR.

No último encontro dos TijukEnos, aceitamos o desafio dessa harmonização, no renomado restaurante Mitsuba – um dos melhores japoneses do Rio, localizado na Tijuca.

O Mitsuba oferece uma imensa diversidade de pescados frescos e um cardápio bastante variado com os tradicionais pratos frios e quentes também. Ou você acha que no Japão só se come sushi e sashimi?

Além disso, a cozinha é comandada pelo Chef e Sushiman Eduardo Nakahar que conta com uma experiente equipe tanto na cozinha como no salão. Recebemos um atendimento primoroso do início ao término dos serviços.

Para não me estender muito, vou apenas registrar algumas impressões e conclusões, no intuito de demonstrar que vinho e comida japa fazem sim, um ótimo casamento!

SE VOCÊ TEM MEDO DE ARRISCAR, VÁ NUM ESPUMANTE

Como já sabemos, espumantes são versáteis e, geralmente figuram bem em qualquer ocasião. Com a culinária oriental não é diferente.

O X-Bulles 2017 produzido pelo método Ancestral, fez bonito em nosso jantar, servindo bem das entradas aos pratos principais.

Mitsuba: a delicadeza dos pratos impressiona.

A acidez do espumante, além de refrescar, corta a oleosidade e limpa o paladar.

EXPERIMENTE OUSAR COM ALGUNS VINHOS BRANCOS

Na sequencia, passamos aos vinhos brancos e um laranja.

Tinhamos algumas opções muito interessantes para efeito de teste.

1 – Château de Beaubois Côtes du Rhône, Expression Blanc, 2017 50 % Roussanne 30% Viognier 20 % Grenache Blanc

2 – Luiz Argenta Gewürztraminer 2018

3 – Vina Casablanca, Nimbus Gewürztraminer 2013

4 – Domaine de l’Idylle Savoie, Cruet 2017 100% Jacquère (uva que nunca havíamos provado!)

5 – Villagio Conti, Arancione 2017 (vinho laranja) Ribolla Gialla, Grechetto, Vermentino e Gewürztraminer

Os pratos com menos condimentos e mais delicados ficaram muito bem com os vinhos brancos, sobretudo os mais alegres e frescos, como o primeiro vinho.

Sushis e Sashimis também casaram muito bem com o laranja e foram uma surpresa na noite!

Vinhos laranjas são vinhos brancos, cuja fermentação ocorre como nos tintos (com as cascas).

Já os pratos que carregam mais maciez (como os que contém cogumelos) ou até mesmo mais arroz, ficaram ótimos com os brancos que passam por madeira.

No caso dos Gewürz, nenhum dos dois fez um casamento – digamos assim, perfeito com a comida, no meu paladar.

As notas aromáticas de petróleo, sentidas em nosso olfato, podem prejudicar esse tipo de experiência. Talvez um Chardonnay ou um Sauvignon Blanc tivessem tido mais presença. Mas essa é uma observação particular minha.

Apesar de isso ter me marcado, gostaria de ressaltar aqui que o Gewürz 2013 da Vina Casablanca, o Nimbus, apesar da safra antiga, estava ótimo!

E, veja bem, quebrando qualquer preconceito que ainda possa existir, a vedação da garrafa era por screw cap (rosca)!

Os empanados ficaram simplesmente DIVINOS com o Cruet, que passa por uma longa fermentação e é conservado com as borras mais finas.

A complexidade aromática de alguns brancos pode surpreender em pratos com camarão frito, carnes brancas e massas. Quero muito repetir essa experiência!

Logo, se você, assim como eu, não é muito fã dos peixes crus e adora uma fritura, opte por um branco com mais complexidade aromática. Neste caso, não me refiro a passagem por madeira, mas a qualidade do vinho mesmo.

E este estava sensacional!

Katsu roll, perfeito!

E OS TINTOS?

Olha, realmente os tintos são beeeemmm mais difíceis de harmonizar com a comida japa. Acredite no que dizem os livros, a teoria e os especialistas.

Mas…

Todavia, contudo, entretanto

Temos aí duas questões existenciais:

a) Enomaníacos que não abrem mão do tinto;

b) Pratos japoneses que não são frios, crus e cheios de wasabi ou gengibre.

O Mitsuba tem várias opções de pratos quentes, por exemplo: com grelhados, carne de porco, frango, carne vermelha cozida, massas…

Se você não abre mão do vinho tinto (a), opte por um de corpo leve e combine com as opções (b)

Pinot da Borgonha com comida japa???? Só os TijukEnos mesmo!

O Bifun de carne, os Cogumelos e a Língua defumada (siiimm, queridos, o Mitsuba tem uma língua defumada sem precedentes!) ficaram bem com o Pinot, mas confesso que limito essa combinação a esses pratos.

Então, se você não abre mão do seu tinto, escolha um bem leve e vá nos pratos quentes e defumados. Evite passear por peixes e pescados crus.

Então, se algum um dia alguém te disser que comida japa não combina com vinho, mostre esse post!

Ou faça melhor: convide-o a uma experiência tão desafiadora quanto essa, que nós dos TijukEnos tivemos!

E, claro, depois me conte como foi!

Bjs!

IMPORTANTE:

Não há qualquer vínculo financeiro ou promocional do Restaurante Mitsuba com este blog. Apenas, por sermos um grupo de vinhos e negócios da Tijuca, solicitamos a casa que realizássemos nosso evento fechado lá. Esses vinhos não estão na carta do restaurante e foram servidos apenas durante o evento.

Desta forma, agradeço imensamente a equipe do restaurante, em especial ao Ivo, que com serviço impecável e muito carinho, recebeu a todos muito bem!

http://www.restaurantemitsuba.com.br Rua São Francisco Xavier, 170 – Tijuca

Os vinhos franceses, todos SENSACIONAIS, podem ser encontrados na importadora De La Croix

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