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(Portugal) HUMUS: que vinho é esse??? Por Luciano Ferreira

Essa dúvida surgiu em grupo do Facebook do qual eu participo. Devo deixar claro que infelizmente não tive *ainda* a oportunidade de provar esse vinho e não vejo a hora de encontrá-lo no Brasil! Mas um amigo respondeu de forma tão irretocável, que transformei seu comentário em post. Vejam que bela explicação!

HUMUS é um rótulo de um vinho natural produzido na região da medieval vila de Óbidos, em Portugal.

A Vila de Óbidos tem uma história interessante: foi um dos presentes do rei D. Dinis à esposa Isabel de Aragão, que veio a ser a Santa Isabel que está sepultada no mosteiro de Santa Clara-a-Nova em Coimbra. Também é de Óbidos o licor de Ginja, conhecido como “Ginjinha”.

Humus não é uma classificação de vinhos, mas um rótulo de um vinho biológico ou natural.

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Esses vinhos biológicos ou naturais são feitos como eram feitos os vinhos nos tempos antigos, antes de fabricá-los em grande escala para vender. Não possuem a pretensão de serem de guarda ou longevos; raramente passam por carvalho e, havendo pouca ou nenhuma adição de sulfitos, os produtores recomendam o seu consumo em até 3 anos.

Toda a  produção do Humus é natural, sem agrotóxicos, sem adição de conservantes, respeitando o solo e sem filtragem. É uma forma ancestral de produção do vinho, que vai contra a corrente do que foi estabelecido comercialmente no mundo do vinho.

Como opinião particular, não sei se vem a ser sempre bom, pois sem a ciência que controla as pragas e a qualidade das colheitas, nem sempre um vinho natural é necessariamente bom e sustentável.

O fato é que os vinhos naturais têm sido moda na Europa. Penso que isso é uma estratégia interessante de mercado, para que a indústria do vinho tenha mais vendas e mais fabrico, pois se o vinho é consumido logo, há demanda para novos vinhos, enquanto que se ele for de guarda, o mercado de compra e venda não se energiza, não tem giro de capital.

O maior produtor de vinhos naturais de Portugal chama-se Ricardo Filipe, enólogo da Encosta da Quinta e protagonista da cena dos “naturebas”. Em 2007, começou a converter os vinhedos e em 2010 fez o seu primeiro vinho natural, sem adição de sulfitos. Em 2015, veio o salto, Rodrigo Filipe produziu cerca de 20 mil garrafas de vinho natural.

Rodrigo-Filipe-Humus

Foto by Simon Woolf


Tendência, necessidade ou modinha? O tempo dirá. Mas um aspecto temos que admitir: os vinhos naturais estão dando o que falar.

Conheça o perfil  Humus Wine no Instagram clicando aqui.

Luciano Ferreira é Solution Architect na área de Tecnologia da Informação, amante de vinhos e autor do blog Minha Adega.

luciano

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