Dois movimentos do vinho chileno me chamam muito a atenção (e o coração): a MoVi – Movimento dos Vinhateiros Independentes e a criação do VIGNO – Vignadores de Carignan.
Hoje é sobre os Vignos que eu quero falar!
O MOVIMENTO
Criado em 2010, o grupo hoje é uma denominação chilena que representa vinhos produzidos com Carignan de vinhas velhas do Vale do Maule, berço da indústria vinícola chilena. O nome é derivado de Vino, palavra em espanhol para vinho, que combinada com a letra “G” de Carignan, se torna VIGNO. E, como não poderia deixar de ser, os vinhateiros tornam-se Vignadores! Bacana demais, né?!
VIGNO é um coletivo que agrega pequenos e grandes produtores do Maule, sob aspectos e requisitos de mercado únicos, o que contribui para elevar o padrão dos vinhos das vinícolas participantes.
É parte do trabalho dos VIGNOS, prezar pelo patrimônio das vinhas velhas, produzir vinhos de qualidade e desenvolver, além da comercialização, toda a identidade, a comunicação e o marketing do grupo.
UMA VERDADEIRA DENOMINAÇÃO CHILENA
Para receber a marca VIGNO no rótulo, a vinícola precisa atender uma lista de critérios e requisitos, tais como:
vinhos 100% elaborados a partir de vinhas de Maule com mais de 30 anos e sem irrigação;
pelo menos 65% deve ser da casta Carignan, os 35% restantes também devem ser produzidas no Maule;
os vinhos devem permanecer em guarda mínima por 2 anos (barricas, garrafas). Os barris não precisam ser novos e podem ser substituídos por ânforas.
Produzir um VIGNO é muito mais que fazer um bom vinho. É manter viva uma herança cultural do Maule, honrando as tradicionais técnicas de vinificação que foram passadas de geração em geração por mais de 400 anos.
Dentre as vinícolas Vignadoras estão: De Martino, Garagem Wine Co., Garcia + Schwaderer, Gillmore, Lomas De Cauquenes, Meli, Miguel Torres, Morande, Odfjell, Undurraga, Valdivieso, Viña Roja.
Abaixo, 2 Vignos que tomei recentemente seguidos das minhas Notas de Bebelier:
Undurraga Vigno 2013
Carignan com pequenos cortes de Cinsault e Grenache- blend apaixonante
Violáceo, aromas de frutas negras e deliciosos terciários como café e cacau. Em boca é ácido e com taninos equilibrados. Redondo, maciez que vai crescendo em taça sem perder o frescor. Acompanhou muito bem uma massa com carne.
Miguel Torres Vigno
Rubi violáceo com aromas de frutas vermelhas e negras. As frutas aqui aparecem mais frescas e notas de tabaco se desprendem da taça com muita facilidade. Precisou respirar em taça para perder um pouquinho do alcool. Acidez lá em cima e taninos afiados que pediram um prato com mais corpo. Muito equilibrado e intenso do início ao final. A garrafa foi-se rapidamente.
Para mim, ter um Vigno à disposição é ter a garantia de um vinho bom, o que chamamos de “vinhão”. Vignos sempre serão bem-vindos! Eu sou uma Vigno Lover!
Já teve experiências com os VIGNOS? O que achou?
Até a próxima e tim-tim!
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