Não é de hoje que sou fã da Winehouse, o talvez mais simpático bar de vinhos do Rio.
Gosto por vários aspectos: porque foram pioneiros colocando happy hour e farta opção de vinhos nacionais; pelo local descontraído, sem frufru e com ótimo atendimento; e porque tem comidinhas bem legais para harmonizar. Sem contar que fica em Botafogo, perto do metrô, o que é uma óóótema mão na roda para todos os povos, tribos, bolsos e gostos.
E aí que eles realizaram, no dia 28 de março, um primeiro evento (piloto ou semente) de “Degustação às cegas”, em uma terça-feira à noite, só de Sauvignons Blancs. Claro que eu fui!
Eu, que estou aprendendo sobre vinhos agora, penso que uma degustação às cegas deve ser exatamente assim. E quanto mais específica melhor, pois, desta forma, conseguiremos traçar resultados e descobertas mais satisfatórios, que enriqueçam e possam ir além da nossa vã curiosidade.
Foi tudo muito simples. Eles distribuíram uma fichinha para que pudéssemos analisar os vinhos, serviram em 4 taças diferentes e as garrafas ficaram escondidas atrás do balcão.
Minha opinião com relação a esse tipo de iniciativa é: por que outros estabelecimentos também não fazem o mesmo?
Gente,
terça-feira, país em crise, não é todo lugar que pode ostentar uma casa cheia não…
Operar eventos na sazonalidade, além de atrair um novo público (o de pessoas interessadas em não somente beber, mas aprender) traz algo que é fundamental a qualquer negócio hoje: o ENGAJAMENTO! Além, claro, do aproveitamento de espaço ocioso.
E a Winehouse estava cheia. Detalhe: a reserva é antecipada. Paga-se antes.
A primeira degustação foi um evento semente que…adivinha (!)…germinou e deu frutos, teve prosseguimento! Lógico! A demanda pelo vinho está crescendo, só não vê quem não quer!
Laís fazendo uma abordagem sobre a Sauvignon e conduzindo a degustação
Também foram servidos alguns antepastos para harmonizar
Vinhos degustados
E hoje, 25 de abril, aconteceu o segundo evento, e, desta vez, o tema foi a uva Cabernet Franc.
Sou particularmente curiosa com relação a essa uva.
Para mim ela é como se fosse a parente donzela, mocinha sensível da Cabernet Sauvignon (que segundo minha licença poética, nesse caso, é a malvada irresistível). Minha curiosidade também se deve ao fato de que eu não costumo consumir tantos vinhos desta casta. Acho difícil encontrar por aqui.
Então, a degustação da WineHouse seria uma oportunidade. Brindemos!
E foi!
Novamente, casa cheia! Evento ótimo, com clientes engajados e satisfeitos.
E no evento ainda contamos com a participação de um cliente, que é barista e nos deu uma mini-aula de como devemos degustar o queijo para tirar (e sentir) melhor proveito dele!
O clima da Winehouse é esse: despojado, alegre e com pessoas dispostas a conversar sobre vinhos!
Me pergunto o porquê de mais estabelecimentos não aderirem à essa “espontaneidade” do vinho!
Espero que mais estabelecimentos possam se inspirar e promover este tipo de integração. E fico feliz por ter participado do início deste projeto semente que, eu sei, irá render ainda bons frutos à casa!
Ótima iniciativa!
Vinhos degustados
Vinhos degustados às cegas (pela minha ordem de preferência) – hoje 25/04/2017 – todos da uva Cabernet Franc:
Valmarino XX 2015 – Nossa! Foi o meu favorito! Um assombro em aromas ricos como chocolate, deliciosas frutas em compota, noz moscada e uma leve grama verde ao final. Dessas que amanhecem molhadas pela manhã. É possível sentir a robustez do couro, mas sem perder a elegância. Um vinho muito, muito fino.
Kenos 2014 – Uma explosão de flores, frutas e especiarias. Nota-se a baunilha do amadurecimento em barricas. Um vinho tânico, mas equilibrado. Desses que você também pode bebericar, tomar em dia mais quente ou em um domingo despretensioso.
Inconfidência 2015 – Vinícola Inconfidência – produzido aqui no Rio, perto de Secretário! Privilégio ter degustado e ainda sem rótulo! Os vinhos da Vinícola Inconfidência prometem! No nariz, frutado de morangos, framboesa em compota, com muita pimenta, um pouco de pimentão; na boca uma acidez média, poucos taninos, extremamente equilibrado. Vinho para se bebericar um domingo inteiro.
Saumur Bagatelle Manoir de La Tête Rouge 2014 (Francês) – Muito vegetal e com aromas de pasto. Senti também uma pimenta e cominho. Acidez média e pouco tânico. No geral, não me agradou.
WineHouse – Rua Paula Barreto, 25 – Botafogo.
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